Sentia o vento batendo em meu rosto, soprando cada lembrança que tinha de você. No parque os casais se beijavam de modo apaixonado, o que só fazia com que eu achasse que eles eram estúpidos o suficiente. Eu queria esquecer você, e o vento não ajudava com o seu devido dever.
Andei por mais um tempo, vendo com frieza aquele banco, onde eu e você costumávamos sentar, mesmo em noites muito frias. Nessas, em ocasião, você me cobria com seus braços, levando seu calor para mim.
Passei rapidamente por essa parte de nossa vida, e entrei em casa, com os nariz vermelho, e os cabelos com um pouco de neve.
Os flocos decoravam a cena lá fora, lembrando-me de uma noite de Natal. Eu e você sozinhos em casa, sentados no sofá, bebendo e rindo, como se nada tivesse acontecido ou você esquecer.
Peguei o copo de vinho que ainda estava lá. O que veio em minha mente era simplesmente me embebedar, e fugir das memórias que passavam pela minha cabeça.
Sentei no sofá, de pernas cruzadas, encarando a lareira e escutando o fogo crepitar.
Aquilo me nauseava, deixava-me mais cansada e triste. Que desprezo.
Liguei o rádio, e as músicas que costumávamos cantar tocaram. Eu as acompanhava com a voz rouca, com os olhos marejados.
Por que estava tão boba? Mas que estupidez a minha, ainda pensar em você.
Queria deixar de lado todos os beijos que compartilhamos, todos os sorrisos, e todos os gracejos.
Eu estou sozinha agora, tentava me lembrar, mas sempre pensava em você e no que me disse antes de partir e me deixar completamente sozinha e desprezível no mundo em que agora vivo.
Cantei a última estrofe da nossa canção, e depois decidi esquecê-la para sempre.
Cantei a última estrofe de nossa vida juntos, e depois decidi seguir em frente, como se você nunca tivesse existido.
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