Acho que estou repetindo tudo. Tudo sempre a mesma frase: eu ando sonhando com você.
De olhos abertos.
Acho que ando cansada da dor, ando cansada de sentir sempre o mesmo, diversas vezes, igual, mas com pessoas diferentes.
Será que eu ainda não aprendi? Eu odeio essa minha burrice.
Eu peço por vingança, por mortes, mas eu só consigo matar a mim mesma, por dentro, tentando me convencer que um dia passa.
Até agora não adiantou muito. Até agora meus sorrisos ciumentos não fizeram a chama parar de queimar dentro de mim, consumindo-me lentamente, até que eu queime por fora também.
E dessa vez as lágrimas só vão fazer com que queime mais, com que doa mais, elas não aliviam.
Eu queria poder dizer que elas têm um gosto muito ruim. Queria poder confiar com um abraço amigo, mas eu sinto e sei que só ganharei um "pare de ser boba, vai estudar, você é nova de mais para isso."
Mas acontece que crianças amam, e elas se machucam mais por não saberem lidar com isso.
Eu sou uma criança, sou um bebê. Ainda estou crescendo, e tentando desabrochar. Mas ninguém me rega, ninguém me ajuda, ninguém me segura quando eu caio. Eu quero que alguém me segure, quero que alguém me regue.
Eu sofro calada, por medo. Já usaram tanto minhas palavras contra mim... Eu posso confiar em vocês? Isso dói, dói muito, eu sei que vocês sabem, eu só quero chorar num ombro amigo, que me ame igual, que me beije igual, que me queira igual.
Eu não revelo nada, por mais que perguntem. Um dia eu revelei, e não foi bom no outro dia. Eu chorei, porque machucou o que me disseram. Querem que eu me ame, mas fazem com que eu me odeie. Falam que eu sou bonita, mas me olham com nojo. Me chamam inteligente, mas reviram os olhos quando eu comento algo.
Eu tentei, por favor, eu sei que sou nova de mais, mas eu tentei superar. Só que depois de certo tempo, minha maturidade se esvai. Eu sinto vontade de cair, num lugar escuro, abraçar meus joelhos e molhar minha roupa com lágrimas.
E eu faço isso sozinha, com meu travesseiro sendo o único que escuto meus gemidos de dor.
Parem de falar que me conhecem, sem saber o que eu sinto. Parem de falar que é bobagem, pois eu nunca fui forte o suficiente. Eu sempre precisei de alguém para me segurar, eu não tenho equilíbrio pra andar nessa corda bamba confusa de mais para mim.
Eu sei que vocês querem me ajudar, as vezes, eu sinto que só as vezes, mas eu não posso mais confiar em vocês. Não mais nas palavras, nem em ninguém, nem nos sorrisos, nem em nada.
Eu quero ele aqui para me abraçar. Eu quero poder chamá-lo de melhor amigo, mesmo ele sendo meu amor eterno. Eu sei que sim. Eu pensei que esse amor tinha passado, mas um amor nunca se vai.
Mas essa distância que me impede, essas mentiras que eu tive que contar pra poder pelo menos ter contato com você. Eu não posso suportar o fato de eu ser fraca de mais para tudo isso... Não, eu não posso.
Eu sou, não sou?
Fraca.
Fraca de mais...
Por que eu ainda tento enganar vocês?
Vocês que conseguem ver quem eu sou, em casa linha, em cada vírgula... Em cata reticências que eu dou, esperando que algo melhore, e eu complete meu texto para se tornar um final feliz.
...
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Já deixei os sonhos de menina para trás, meus medos e meus desejos. O que quero agora é tornar tudo realidade, mostrar ao mundo o valor que eu escondia. Agora todos me temerão, pois com as palavras eu poderei matar. Agora todos me amarão, pois com as palavras eu ensinei a amar. - M. Catalina
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