Entendimento - Evanescence

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"Você guarda as respostas em sua própria mente
Conscientemente você as esqueceu
Essa é a forma como a mente humana funciona
Sempre que algo é muito desagradável
Ou muito vergonhoso para suportarmos
Nós rejeitamos isso
Nós apagamos isso da nossa memória
Mas a marca está sempre lá"

A dor que oprime você
O medo que cega você
Liberta a vida em mim

Em nossa vergonha mútua
Nós escondemos nossos olhos
Para cegá-los da verdade
Que descobre um caminho através de quem somos

Por favor, não tenha medo
Quando a escuridão desaparecer
O amanhecer quebrará o silêncio
Gritando em nossos corações

Meu amor por você ainda cresce
Isso eu faço por você
Pois eu tentei lutar contra a verdade
Pela última vez
"É esperado que tentemos ser reais
E quando vocês se sentem sozinhos
Vocês não estão juntos
E isso é real"

Não consigo limpar tudo
Não consigo desejar tudo
Não consigo chorar tudo
Não consigo rasgar tudo

Deitada ao seu lado
Ouvindo você respirar
A vida que flui dentro de você
Queima dentro de mim

Abrace-me e fale comigo
Sobre amor, sem um som
Diga que você vai superar isso
E eu morrerei por você

Não me afaste
Diga que você estará comigo
Porque eu sei que não posso
Suportar tudo isso sozinha
"Você não está sozinha, querida, nunca, nunca"

Não consigo lutar contra tudo
Não consigo esperar por tudo
Não consigo gritar tudo
Simplesmente não vai desaparecer

Não consigo chorar tudo
Não consigo esperar por tudo
Não consigo gritar tudo
Oh, até que vá embora
Oh, até que vá embora, sim, sim
"Mas a marca está sempre lá
Nada é realmente esquecido"

Deus, por favor não me odeie
Porque eu morrerei se você o fizer

...

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Acho que estou repetindo tudo. Tudo sempre a mesma frase: eu ando sonhando com você.
De olhos abertos.
Acho que ando cansada da dor, ando cansada de sentir sempre o mesmo, diversas vezes, igual, mas com pessoas diferentes.
Será que eu ainda não aprendi? Eu odeio essa minha burrice.
Eu peço por vingança, por mortes, mas eu só consigo matar a mim mesma, por dentro, tentando me convencer que um dia passa.
Até agora não adiantou muito. Até agora meus sorrisos ciumentos não fizeram a chama parar de queimar dentro de mim, consumindo-me lentamente, até que eu queime por fora também.
E dessa vez as lágrimas só vão fazer com que queime mais, com que doa mais, elas não aliviam.
Eu queria poder dizer que elas têm um gosto muito ruim. Queria poder confiar com um abraço amigo, mas eu sinto e sei que só ganharei um "pare de ser boba, vai estudar, você é nova de mais para isso."
Mas acontece que crianças amam, e elas se machucam mais por não saberem lidar com isso.
Eu sou uma criança, sou um bebê. Ainda estou crescendo, e tentando desabrochar. Mas ninguém me rega, ninguém me ajuda, ninguém me segura quando eu caio. Eu quero que alguém me segure, quero que alguém me regue.
Eu sofro calada, por medo. Já usaram tanto minhas palavras contra mim... Eu posso confiar em vocês? Isso dói, dói muito, eu sei que vocês sabem, eu só quero chorar num ombro amigo, que me ame igual, que me beije igual, que me queira igual.
Eu não revelo nada, por mais que perguntem. Um dia eu revelei, e não foi bom no outro dia. Eu chorei, porque machucou o que me disseram. Querem que eu me ame, mas fazem com que eu me odeie. Falam que eu sou bonita, mas me olham com nojo. Me chamam inteligente, mas reviram os olhos quando eu comento algo.
Eu tentei, por favor, eu sei que sou nova de mais, mas eu tentei superar. Só que depois de certo tempo, minha maturidade se esvai. Eu sinto vontade de cair, num lugar escuro, abraçar meus joelhos e molhar minha roupa com lágrimas.
E eu faço isso sozinha, com meu travesseiro sendo o único que escuto meus gemidos de dor.
Parem de falar que me conhecem, sem saber o que eu sinto. Parem de falar que é bobagem, pois eu nunca fui forte o suficiente. Eu sempre precisei de alguém para me segurar, eu não tenho equilíbrio pra andar nessa corda bamba confusa de mais para mim.
Eu sei que vocês querem me ajudar, as vezes, eu sinto que só as vezes, mas eu não posso mais confiar em vocês. Não mais nas palavras, nem em ninguém, nem nos sorrisos, nem em nada.
Eu quero ele aqui para me abraçar. Eu quero poder chamá-lo de melhor amigo, mesmo ele sendo meu amor eterno. Eu sei que sim. Eu pensei que esse amor tinha passado, mas um amor nunca se vai.
Mas essa distância que me impede, essas mentiras que eu tive que contar pra poder pelo menos ter contato com você. Eu não posso suportar o fato de eu ser fraca de mais para tudo isso... Não, eu não posso.
Eu sou, não sou?
Fraca.
Fraca de mais...
Por que eu ainda tento enganar vocês?
Vocês que conseguem ver quem eu sou, em casa linha, em cada vírgula... Em cata reticências que eu dou, esperando que algo melhore, e eu complete meu texto para se tornar um final feliz.

Nas mãos de Lúcifer.

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Corra, desgraçada, corra. Ele não a conhece, ele não a ama. Deixe-o arder nas chamas, deixe-o ser dilacerado. Morra, desgraçada, morra. Pois seu amor nunca serviu de nada. Deixe que Lúcifer te leve, deixei que ele sabe o que fazer contigo. 
Chore, boba, chore. Ninguém aqui vai te ouvir. Ninguém aqui vai te socorrer. Seus gritos são mudos, seus olhos são cegos. Lúcifer não a deixará ir. Sinta, criança, sinta. Sinta cada garra em sua pele, cortando-a levemente. Lembre-se, pergunte-se: por quê com ele criança? Por quê ele?
Sinta-se cada vez mais inútil! Note suas lágrimas evaporando-se no chão. Elas não servem de nada, elas não curam, elas são veneno. Lúcifer as usará, para envenenar o seu amado. E por mais que você chore e clame, por mais que peças misericórdia, ele somente sorrirá mostrando as presas, e cortará um pouco mais de você.
Fuja, criança, fuja. Tente, mas ele irá te encontrar. Ele sabe onde procurar, ele quer seu sangue, e ele o tem. Vamos, corra, tente viver, mas Lúcifer não deixará sua vida calma, pois agora você está morta e não tem como voltar.
Sua alma é dele, boba, sua alma é dele.
Agora ele poderá lhe despedaçar.
Chore, pode chorar. Suas lágrimas o atraem ainda mais, seus lábios rosados o deixam ainda mais excitado. Ele quer o mal, criança, ele quer você. Ainda não aprendeu isso com o seu amado? Corpo, é isso o que eles querem. Sentimentos não valem para nada! Somente os orgasmos e os gritos de dor os saciarão.
Esqueça, desgraçada, esqueça. Eles não vão se importar com as palavras que você disser. Eu te amo? Que boba! O amor na língua deles não está, ele se traduz em violência, em sangue, em morte. 
Isso, criança, isso! Pergunte-me como isso foi acontecer, sua tola! 
Você os chamou, você quis tudo isso. Você implorou por prazer, você implorou por vingança.
Você virou um sacrifício.
Agora ature, agora chore, grite, e veja-se nua na frente de Lúcifer. Ele beijará seu corpo, ele quer ouvir seus gemidos.
Acha que seu amado vai vir correndo para te salvar? Mal sabes que ele está assistindo a tudo isso, com um sorriso, esperando sua deixa para entrar e poder se saciar novamente.
Menina boba. Menina estúpida.
Não confie naqueles que uma vez já mentiram para você, garota. Eles são os primeiros que a mandarão para o inferno...

A imortalidade da Morte

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Eu vejo uma vida distinta, oculta, maravilhosa. Escondida na escuridão.
Para aqueles que sentem medo da morte, eu suplico que não a tema.
Pois com ela em troca vem-se a paz tão esperada pelos humanos, mortais queridos por Deus...
Enquanto a mim, que me cabe a imortalidade, somente posso ter o prazer de sonhar com esse paraíso, pois minha pele se apodrece, meus olhos param de ver, meus ouvidos de escutar, mas a minha fala nunca cessa.
E com ela eu disparo palavras de saúde, de amor, de felicidade, fertilidade, paz.
E meus olhos ainda podem chorar, lembrando-me de que nunca senti coisas do tipo...
Realmente, a morte tem seu lado ruim.
Com ela você se esquece dos sentimentos.
Acaba entorpecida e se vê desprovida deles, os seus preciosos sentimentos.
Não, não estou morta.
Eu sou a morte.
E estou sozinha.
Diferente daqueles que me cercam, e dormem sonhos ou pesadelos.
Estou cercada pelos meus súditos, mas eles não me amam pelo bem que eu fiz a eles.
Dormem deixando-me só, jogando-me maldições.
Mas não posso sentir raiva, não posso chorar sentindo o gosto de minhas lágrimas: minha imortalidade assim não o permite.

Não sou um conto de fadas...

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Eu já sonhei com nós dois juntos.
Sonhei que você caia, que eu ia embora, passos curtos e lentos, em direção à escuridão indefinida, que cobria meu rosto e minhas lágrimas.
Eu podia ouvir seus gritos... "Por favor, não me deixe aqui. Por favor, volte para mim. Por favor, eu necessito de você..."
Mas eu fiz com que eles se dissipassem, fiz com que eles obscurecessem em volta de mim, a ponto de eu ficar surda, e não poder mais o ouvir.
Sentia o gosto das lágrimas na boca, todas aquelas mentiras me cobrindo como uma armadura.
Eu podia ouvir o vão do precipício o devorando aos poucos, uma eternidade para você, um peso rápido para o monstro da morte.
Lembranças, eu sabia que elas passavam por sua mente, como passavam pela minha lembranças de desgosto, nas quais eu caia e você ria de minha cara, não importava o quanto eu suplicava.
Agora era minha vez de rir, mas em vez disso eu provava das lágrimas amargas. 
Um oceano inteiro saindo de meus olhos, um oceano inteiro guardado, brotando e caindo ao chão, junto com a chuva que cantava, vindo do céu púrpura.
E as gotas que desciam junto com minhas lágrimas cantavam... Histórias de amor impossível, de bestas medonhas, de beijos heroicos. Princesas sendo salvas, príncipes as tendo em seus braços.
Eu não sou uma princesa, nunca fui, nunca serei. Você sabia bem disso? Você também não é um príncipe de olhos azuis, você pode notar?
Os monstros pelos quais você dizia lutar não existiam, pois seu cavalo branco fugiu, deixando-o sozinho, na penumbra, tão vulnerável com uma espada quebrada. 
E a princesa que não existia, esperou. Esperou, e você não se preocupou com ela. Você voltou com a bruxa e riu, deixou-me sozinha naquela torre.
Eu não sou nenhuma princesa, você pode perceber? Não sou nenhuma beldade, eu sei que você sabe. Eu não sou o que todos querem, mas eu quero alguém como todos.
Eu não encantadora, eu não uso sapatinhos de cristal. Eu só quero lutar e curar com minhas lágrimas, e servir de bem para o mal.
Então, quando eu acordei desse sonho, com você ao meu lado, adormecido, com um sorriso no rosto, parecendo cansado, eu fui embora.
Você não é nenhum príncipe encantado, e eu não posso pedir por um. Eu não mereço.
Mas acontece, meu amor, que você não chega aos pés nem do bêbado no bar, enlouquecido com as músicas de mulheres nuas, que em todas as histórias têm...

Ficha para filha de Hades - Catelin Sofia-

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Califórnia. Como esse lugar me irritava. Era alegria de mais, era sol de mais. Por quê as pessoas não podiam fazer silêncio uma vez na vida? Isso confundia tudo em mim. Meus pensamentos, minhas táticas. E ainda tinha essa porcaria de família, que nunca me deixava em paz. Ah, mas tinha uma coisa que não me incomodava aqui. As mortes.
Um sorriso passava por meu rosto toda a vez que eu ouvia o som das sirenes da polícia. "Opa, alguém aí está indo pro inferno..."
Sim. Eu não sou do tipo que pense no céu, no paraíso. Ninguém merece isso. Por mais que a pessoa seja boa, por mais que ela aparente ser, pelo menos, sempre vai ter algo dentro dela que é grande o suficiente para ser levado ao inferno. Meu pensamento era assim, e não me importava quantas vezes me levassem para fora de aula por pensar desse modo. Por falar desse modo. Eu era uma das primeiras na minha lista com direito ao melhor lugar no fogo do inferno.
No total, eu já tinha ido para 5 reformatórios. Todos um completo fracasso. Por favor! Eles tentavam convencer delinquentes juvenis de que Deus existe. O que leva uma pessoa a matar e se dizer seguidor de Deus? Não os meninos que eu encarava todos os dias acinzentados naquelas salas.
Você deve estar se perguntando por quê eu fui parar num reformatório, não é? Bem, não foi grande coisa. Eu só tive um ataque de nervos (e raiva) e matei minha mãe. Acho que, na minha lista, ela foi uma das últimas que foi parar no fogo do inferno. Em um canto em que o fogo não queimasse, mas fosse aconchegante. Sim, eu tenho um pouco de coração! Matei ela por impulso, não por querer. Minhas únicas lágrimas derramadas foram por ela, quando o sangue da mesma encharcou meus sapatos e minha roupa. Quando vi o corpo estendido bem na minha frente. Ela tinha uma expressão muito assustada na hora. Como se ela temesse isso. Desde muito tempo.
Enfim, quando o resto da família descobriu, é claro que ficaram com medo, e me mandaram embora. Mas depois de todas as escolas pelas quais eu passei, voltei pra casa, e fiquei sem estudar. Virei dona de casa. Uma empregada. Que ridículo. Além de ser vigiada 24 horas por dia, por câmeras que tinha escondido por todos os lugares, e que ainda pensavam que eu não via (eu ainda sorria para elas, mostrando que era uma boa menina). Já tinha ficado cansada. Eu não queria mais matar ninguém. Se eu estava sendo possuída, como diziam os professores para mim, nos reformatórios, que se dane. Eu só queria fugir e pronto. Então eu fugi. Desliguei os alarmes, que eu sabia a senha de cor, e desliguei as câmeras. Saí desfilando e sorrindo como se eu fosse a Miss Simpatia, com a mochila pendurada nos ombros. Eu não queria nem saber pra onde eu iria ir. Só ia ir.
Depois de muitos dias vagando por um monte de cidades que eu não conhecia (e dando uns murros em uns safados que não sabiam calar a boca na hora em que eu mandava), eu perdi completamente o juízo e decidi seguir um carinha que andava estranho. Não pensei que ele soubesse que eu o estava seguindo, eu tinha anos de treino nisso, perseguir pessoas era um hobbie. Mas ele sabia, afinal. E me levou pro lugar mais estranho que eu já pudesse imaginar. Um acampamento. Onde eu não fui recebida de modo muito... agradável.