Assassinato Perfeito.

Escuro. Gritos. Dor. E minha risada.
Uma noite perfeita, uma morte perfeita.
Um assassinato perfeito.
Quem diria...
Achava que machucando tanto o coração daquela menina simplesmente teria lágrimas derramadas por ele. Como se ele fosse o melhor de todos, absoluto, fantástico. Um deus.
A menina com certeza tinha derramado suas tantas lágrimas, com certeza tinha tido a vontade de implorar novamente por ele.
Mas eu não fui assim.
Três vezes meu coração tinha sido partido, enganado, tinha feito-se de idiota, e agora o homem que havia feito isso com meu coração pagaria...
Desculpe, eu disse homem?
Que ridículo!
Aquilo não é um homem. Não importa a idade. É somente um moleque. Um garoto que se acha o melhor de todos, que crê que tem todo o direito de trazer a dor para suas muitas amantes. 
Repugnante.
Ele com certeza não pensava assim de si mesmo. Mas era assim que ele era: repugnante.
Achava que suas noites de prazer com a menina eram sem amor, pelo menos vindo dele realmente era. Mas dela? Ah, ela entregava seu corpo tentando mostrar como seu coração sentia.
Estúpida.
Suas pernas abertas nunca iriam mostrar o quanto de amor ele ia deixar entrar por ali. 
Estúpida, repugnante.
Mas eu faria ele pagar. Pagar por todas que ele havia enganado, e todas que ele havia colocado mais lágrimas em sua coleção infinita.
Arrancaria-lhe a pele. Dela eu faria pergaminhos, pergaminhos que iriam contar de vários modos diferentes sua morte. Morte absurda, morte bem programada. Morte perfeita.
Seu sangue derramaria sob meus pés. Suas lágrimas, mesmo que no escuro, eu poderia sentir. Sentir cada lágrima das meninas que ele havia enganado, que se pensavam mulheres por terem aberto as pernas para um cafajeste.
Depois, os gritos. Ah, sim, os doces gritos de dor e agonia, os mesmos gritos que as meninas haviam soltado quando ele tinha dito a verdade. Mentiroso.
O local seria a prova de som. Os gritos seriam ouvidos somente por mim. Os gritos eram somente meus.
E então, depois de banhar meu corpo no sangue dele, cortaria-lhe a língua e costuraria-lhe a boca. Nada mais de mentiras, meu querido deus. Meu deus do sol. 
Morto.
A sua imortalidade era uma mentira também, não é?!
Provavelmente você mesmo tinha a contado a si mesmo.... Repugnante.


0 comentários:

Postar um comentário