- Louise? Isso não é verdade, é? - Oh, como ele parecia decepcionado. O medo na voz dele, a dor que ela sentia de somente pensar na traição tola que havia feito.
Até parecia que tinha sido ontem, que os dois sentaram-se nas escadas da catedral, observando as estrelas de modo tão sonhador e tinham finalmente demonstrado o amor um pelo outro.
"Você... Você não vai mesmo aceitar o matrimônio com Eliana, vai?" - Ele rira dela, da pergunta, do jeito bobo e triste dela olhar para os dedos, o modo que ele tinha posto o braço pelos ombros dela, e o jeito que ela ficara vermelha depois de sentir os lábios doces dele beijando a boca dela.
"Não. Eu estaria fazendo o errado. Não quero me casar com ela." - A voz dele a embalou naquela noite, os beijos, os trocadilhos, as risadas e os gritos. Declarações de amor, mordidas... Tudo o que eles não podiam fazer antes de casados, se deram ao luxo de dar.
Mas logo seguiu o outro dia.
Tão contente com tudo, foi pega de surpresa pelo barão e seus soldados, agarrada pelos braços, descalça, com o vestido ainda mal colocado. Levada para o castelo, jogada no chão sem nenhuma cerimônia pelos homens do barão, sendo julgada bruxa, prostituta, tudo o que vinha-lhes a mente.
"Soube que você dormiu com o pretendente de minha filha, não estou certo?" - O barão sorriu malicioso, não escondendo a raiva por ela naquele dia. Chegou perto dela, acariciou-lhe o rosto, que ela grosseiramente tentou desviar das mãos dele, mas não conseguiu.
Ela ainda sentia a dor dos abusos do barão naquela noite. Da raiva, do ódio. Da tristeza. Da decepção. Para ainda mais ter de causar a mesma dor a ele...
A proposta que o barão tinha feito a ela era tentadora... Não doeria... Não doeria tanto nele.... Era melhor do que o mesmo ter ganho uma viagem para a morte, tão rapidamente.
As lembranças, todas aquelas, passaram tão rápido em sua mente... Louise abaixou os olhos, a cabeça, e levantou os pulsos para que o guarda a acorrentasse novamente.
- Desculpe, meu amor... É pro seu próprio bem.
Ela levantou os olhos, olhos que brilhavam vermelhos, cor do ódio, da raiva, do sangue. Seus pulsos foram cortados pelas amarras, o sangue escorreu e caiu no chão marcando o caminho que ela seguia para a forca.
A prenderam, e passaram a corda pelo pescoço dela.
Sem nenhuma cerimônia, Louise fora enforcada, levando consigo somente um pensamento...
Bruxa traidora, era assim que iriam chamar-la pelo resto da eternidade, sem eles nunca saberem que o último pensamento dela fora que aquele que ela amava iria se casar com a filha daquele que a abusara. Fora que aquele que ela amava, somente estava vivo porquê ela escolhera morrer.
No final iria acabar na fogueira mesmo, não é?
"A morte satisfatória..." - Aquele fora seu último pensamento.- "A morte injusta, mas satisfatória..."
A morte satisfatória.
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Já deixei os sonhos de menina para trás, meus medos e meus desejos. O que quero agora é tornar tudo realidade, mostrar ao mundo o valor que eu escondia. Agora todos me temerão, pois com as palavras eu poderei matar. Agora todos me amarão, pois com as palavras eu ensinei a amar. - M. Catalina
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