Quando saí do castelo, depois de ter ouvido mais gracejos no ouvido pelo Rei, depois de ter sido um pouco mais alisada por ele, lancei mil e uma desculpas para minha mãe.
Passei por Bernad chorando, e ele me seguiu até a casa. Derramei todas minhas lágrimas na camisa de Bernad, que acariciáva-me os cabelos e beijáva-me o rosto. Ele dizia que tudo bem, que não tinha sido culpa minha, mas tinha. Ele sabia que tinha. Eu podia ver no olhar dele a tristeza, a mesma tristeza que eu sentia quando me via traída. E então comecei a disparar desculpas para ele também. Desculpava ele e minha mãe, mas ele dizia que tudo bem. Que eu tinha feito forçadamente. Tinha sido ameaçada à morte.
Mas eu não aceitava.
Dormi nos braços de Bernad pedindo desculpas, com ele acariciando minhas costas nuas, pois o resto estava coberto pela coberta. Ele também não aceitava me ver nua antes do casamento, mesmo tendo me visto nua quando eu era pequena, e eu a ele. Ele somente se permitiu a segurar meu corpo coberto, e então deitar-me em minha cama, e ficar sentado do meu lado, com meu rosto jogado em seu ombro, chorando.
E em nenhum momento da noite ele soltou-me e foi para casa, deixando-me sozinha. Ele continuava lá , continuava com a mão em meus cabelos e a outra em minhas costas, e cuidando para que eu estivesse coberta o suficiente contra o frio.
- Eu te amo, Bernad. Desculpe... Desculpe por tudo, é tudo culpa minha, eu não devia ter feito aquilo, eu... - Chorei mais um pouco e pressionei o rosto ao peito dele. - Eu te amo tanto, Bernad... Eu só posso dizer obrigada e desculpas a você...
- Eu também te amo, Sophie. Não se preocupe com isso que meu amor por você não vai se dissipar por causa disso. Todo esse tempo eu amei você, e não vou parar agora. - Ele beijou minha testa, mas eu levantei o rosto e o beijei na boca. E ele não tentou desviar. Simplesmente aceitou meu beijo e devolveu com o seu. Dormi com os lábios tocando o pescoço dele, e ele dormiu ao meu lado na cama. Sem tirar as cobertas de cima de mim, sem ver nenhuma parte do meu corpo. Totalmente o contrário do que todos os malditos que eu havia um dia amado erradamente fizeram, sem pensar duas vezes.
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