Desprovida.

Eu: Tão cheia de nada!
Tão vazia da dor, mas tão vazia da felicidade.
Tão vazia do amor, mas tão vazia da inveja.
Tão vazia do bem, mas tão vazia do mal.
Tão vazia da ganância, mas tão vazia da humildade.
Estou vazia de tudo e cheia de nada.
Queria sentir, tocar e sorrir.
Queria poder entender o que é amar e o que é sentir dores de cólera.
Queria o bem e o mal para mim, queria provar dos dois lados.
Sou desprovida de todos os sentimentos, sou desprovida das lágrimas e dos sorrisos.
É estranho não sentir nada, não saber como reagir... É somente parecer agir daquele jeito, mas o sentimento não está no coração, mas sim na memória.
Como é estranho olhar para algo, sorrir, mas não ter nada com aquilo e não saber o porquê do sorriso. Sorrisos decorativos, tão decorativos que chegam a ser desgostosos de se admirar. 
Ver a rosa em minha frente, e não saber a sensação de receber as flores de alguém amado.
Imagine então, pensar que ama, mas não saber se é realmente aquilo, pois não é nada.
Como dói. Como essa dor é tão falsificada...
Como machuca. Como ela se cicatriza tão rapidamente...
E então você nota que é frio a ponto de parecer, e somente parecer, vivo.
Como dói... Como dói ser tão congelante por não sentir essa dor...

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