Beijos entorpecidos.

O Sol beijou minhas costas nuas como havia feito por todo o meu corpo.
Ondas de prazer preencheram o meu corpo, e meus lábios retribuiram aos beijos doces, que carregavam rajadas de falsidade.
"Isso tudo é uma farsa" Eu fazia questão de lembrar-me. Mas os beijos do Sol me entorpeciam, queimando meus sentidos, e fiquei sem saber o que fazer ou sentir.
Vi-me entregada aos braços dele, vi-me desejando mais, muito mais do que eu realmente desejava, até mesmo com meu verdadeiro amado, até mesmo com meu doce amor.
Um desejo tão constante, que eu esperava por todas as noites, para poder o ver, para poder sentir o quente beijo do Sol. Para poder ter-lo comigo, dividindo o mesmo cômodo, só nós dois, somente nossos beijos enlouquecidos. E um pouco mais...
E era tão fácil notar que tudo aquilo,  os prazeres, os sorrisos, os olhares, as juras e os beijos; eram pura ilusão.
Mas aquilo me agradava, e eu podia que queria mais e mais. Queria provar da dopagem dos beijos do Sol, queria sentir o entorpecimento  do prazer. Queria acaraciar-le mais ainda o corpo quente dele, queria beijar mais ainda seus lábios e além disso. Queria poder tocar-lhe a pele sem me queimar, sem sentir a dor do fogo, mas sim aproveitá-lo.
E como era bom ver tudo aquilo se desenrolar em um quarto escuro, com ele sendo a única luz, e dizer a mim mesma com um sorriso: "Não é paixão."

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