Conto de fadas errante.

Fugir de casa era fácil, quando se tinha alguém que se amava. Ir embora das dores e procurar algo que curasse as feridas. Aquilo era fácil.
Mas eu era tão jovem... Mas eu era tão inocente... E tudo o que queria era meu príncipe de olhos azuis, montade em seu cavalo branco. Mas o único que encontrei foi escuridão. Neblina, e mais cólera.
Maldade e mais maldosos.
Fugir de casa era fácil, quando não se conhecia o mundo lá fora, pois crer-se-ia que tudo era perfeito e bom, como nos contos de fadas, em que somente haveria uma bruxa tentando lhe envenenar com maças, com cortes, com maldições.
Mas em real, haviam mais bruxas e bruxos que fadas madrinhas e príncipes encantados.
Mas mesmo assim eu fugi de casa, mas mesmo assim eu continuei pelas sombras de minha mente, pelas sombras do meu verdadeiro eu, pelas máscaras do meu medo. E eu o procurei.
O procurei tanto e tanto, e não o encontrava de jeito nenhum. Corria e me escondia, de todos que tentavam me enganar, mas mesmo assim não chegava nenhum galã para me salvar em meu esconderijo, se apaixonar por mim e me beijar debaixo da chuva.
Aos poucos eu fui notando que aquilo não existia.
Aos poucos eu fui entendendo que devia ter ficado em casa, mesmo dizendo que fugir de casa era fácil, pois lá era difícil.
E um dia foi assim, o meu príncipe encatando chegou. Me salvou, me acolheu. Me deu proteção e carinho e depois foi embora, levando cosnigo os pedaços dos meus sonhos e do meu coração.
Mas eu era tão boba... Mas eu era tão apaixonada...
E corri novamente procurando por ele, um sonhos concreto que depois de um tempo havia fugido. E derramei todas minhas lágrimas, e vasculhei por todas minhas sombras. Porém ninguém nem nada se deixava encontrar, e fui consumida pelas sombras que um dia me serviram de refugio, tornando-se então meu carcel, minha prisão, meu calabouço...
E lá eu fiquei, esperando para ele voltar, esperando ele me encontrar, esperando ele me salvar. E eu esperei. Esperei. E esperei.
E sabe o que aconteceu?
Nada.
Ninguém chegou.
Ninguém me procurou.
E eu morri em meio as minhas sombras, com um sonhos despedaçado, com o meu último pensamento: E eles não viveram felizes para sempre. O para sempre não existe.

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