A Alquimista (Parte 2)

Quando cheguei em casa não conseguia sequer respirar. A fumaça enchia meus pulmões, e eu simplesmente sentia como se fosse desmaiar.
Lágrimas que já teriam descido pelo meu rosto, se evaporavam pelo intenso calor do local.Sentia meu corpo cansado e fraco, e o ar puro que eu tinha ao estar na floresta não existia mais e fazia falta.
Corri com todas as forças que eu tinha para um local com ar fresco.
Puxei o ar com o nariz algumas (muitas) vezes, e soltei pela boca. Eu chorava com a simples imaginação da cena de meus pais sendo consumidos pelas chamas.
-Alexa... – Eu ouvia a voz grossa de Jefferson chamando-me pelo apelido. Como sentia saudade disso...- Alexa, pare de chorar, aquilo foi preciso!
Virei-me e o encarei assustada.
-Como pode dizer isso? Preciso?! Meus pais provavelmente morreram! Provavelmente não, tenho certeza que sim! – Mais lágrimas caíram de meus olhos, e não consegui controlar os soluços.
-É?! – Ele chegou perto de mim, e abraçou-me. Só então eu notei: Como ele podia estar aqui do meu lado? Ele tinha viajado para o outro lado do país...!
-Como...? – Não consegui terminar a pergunta, ele pôs o dedo nos meus lábios, em calando.
-Eu recebi ordens de fazer isso, perdão...
-O que..? – Eu não entendia nada, não conseguia pensar, até encontrar os olhos dele. E então tudo fez sentido...
Entrei em choque, mas logo o empurrei, jogando-o no chão, em um acesso de raiva.
-Como você pode?! Como pode por fogo nos meus pais?! – Eu gritava desesperada/ cheia de ódio e raiva. – Eu sempre confiei em você! Te amei! E me trás isso?!
Ele se levantou para tentar me acalmar, mas, ao se aproximar de mim, eu o enchi de tapas e socos, que não surtiram efeito nenhum nele.
Caí ajoelhada, soluçando e sentindo a dor no peito.
-Como...como pode? – Agora minha voz era uma mistura de soluços , lágrimas e sussurros.
-A alquimia é assim...
-NÃO ME VENHA COM ESSAS IDIOTICES!
-... é a lei da troca...
E enquanto ele me falava sobre essa magia, eu gritava e colocava as mãos no ouvido, enquanto ainda chorava.
E, atrás de mim, o fogo cessava com a chuva que vinha...

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