A Alquimista (Parte 5)

-Como você chegou em casa, tão rápido, se tinha ido pro outro lado do país? – Aquela pergunta já estava martelando em minha cabeça por um bom tempo. Desde que ele me abraçou, e eu me questionei o porquê de ele estar ali.
Estávamos hospedados em uma casa que ficava no meio do nada, onde podia ser seguro contra ladrões, mas nada seguro contra animais selvagens. Mas não tinha problema. Eu estava cansada, com fome e suja.
No momento meu corpo estava coberto pela toalha, e meus cabelos molhados pingavam água por onde eu passava. Jefferson estava quieto, vendo um livro. Eu não sabia de quê, mas no livro estava escrito algo como: αλχημεία
- Eu já sabia que precisava fazer isso. Não disse que era uma ordem?
- Você não vai me contar, né?
- Não. – Ele estava inquieto, e continuava lendo o livro, hesitante. Não entendida por que ele estava agindo assim. Não entendia nada. O motivo daquela viagem, nem nada.
Peguei minhas roupas, e me vesti, na frente dele. Ele estava direcionando o olhar para o livro mesmo, quais as probabilidades de ele me olhar?
Peguei a toalha, e sequei meus cabelos, depois penteando-os e prendendo-os em um rabo de cavalo. Olhei para ele, que continuava interessado no livro, e fui até o seu lado, logo sentando.
-O que está escrito na capa?
-Alquimia. Está escrito em...
-Grego.
-...isso. – Ele me olhou, como se estivesse impressionado, e logo suspirou, fazendo o ato mais estranho que eu jamais imaginaria que ele fosse fazer. Não naquele estado. -  Como você consegue ser tão linda a cada dia? -  Ele passou a mão pelo meu rosto, e eu senti o calor da palma dele. Corei ao ouvir o elogio, mas estranhei.
-Como?
Ele se aproximou mais de mim, os olhos fitando os meus, a testa pressionada a minha, os lábios a poucos centímetros de distância. – Eu disse que você fica mais linda a cada dia. Que desperdício...
-Desperdício de que?
-Beleza.
-Mas... Não entendo, eu...
-Não precisa entender nada. Só me diga que nunca vai me deixar.
-O que...? – Mal terminei a frase e o meu maior sonho foi realizado. Os lábios de Jefferson se uniam aos meus, em um beijo doce e carinhoso.
Era tão... bom.
Caímos na cama, e eu continuei beijando-o como se fosse a última vez que eu veria. Como se fosse a primeira vez que eu o conhecia.
A mão dele, passando pelos meus braços, e os lábios ainda colados aos meus, me esquentavam, e faziam com que eu me excitasse. Meus braços entrelaçados ao pescoço dele, os olhos fechados, só sentindo a situação, não vendo-a. Com uma mão eu acariciava os cabelos dele, e a outra levantava um pouco a camisa dele.
O que eu estava pensando? Eu não sabia ao certo. Estava emocionada em, enfim, ter conseguido o beijo que eu mais desejava em minha vida. Eu não podia parar.
E não parei.
E juro que aquela foi a melhor noite de minha vida...

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