Sentia o vento balançando meu cabelo. A lua brilhava e estava espantosamente grande.
O luar iluminava tudo, pois a floresta era densa, porém as árvores eram baixas. Simples árvores frutíferas. Havia uma árvore em especial, alta, a única que se destacava, e que podia ser vista a 1 quilômetro de distância. E eu estava sentada em um galho dessa mesma árvore.
Não me importava quão tarde da noite era.O que me importava era em quem eu pensava.
Queria que Jefferson estivesse ao meu lado naquele momento, queria ele tocando-me. Queria, por mais que não soubesse como era a sensação, aqueles lábios sendo pressionados aos meus.
Porém, por mais indiretas que eu lançasse para ele, só recebia um abraço pela cintura.
Mas era algo bom, algo caloroso, algo sem igual, algo... divino.
Ele chamava-me de anjinha, e eu dizia ser a anjinha dele. E eu sempre adorei isso. Me apeguei aos mínimos detalhes, e sinto mais falta dele assim.
Sempre adorei o modo que ele falava comigo livremente, e, mesmo quando tentava esconder algum segredo, aberto. Eu sempre me senti importante por esses detalhes.
Senti um longo suspiro vindo de mim.
Suspiros que eram normais ao lembrar de quão distante ele estava de mim naquele momento, porém, ao mesmo tempo, sempre tão presente em meu coração.
Olhei para meu relógio e desci habilmente da árvore em que me encontrava. Era realmente tarde. Não queria confrontos com minha mãe, muito menos suspeitas (muitas mais na lista) sobre onde eu estava e com quem.
Achava até divertido esse lado dos meus pais. Achava absurdo.
Eles conheciam Jefferson, sabiam que eu o amava, e, mesmo assim, continuavam perguntando-me com quem eu saia e se tinha algum encontro. Como se eu fosse desse tipo de garota.
Caminhava lentamente sobre a luz da lua, e observava tudo a minha volta, sem medo. Sentia que as árvores me observavam, mas lembrava de quando Jeff me encarava com aquele belo sorriso e me pedia para lembrar-me dele nessas ocasiões, pois seriam quando ele estaria pensando em mim.
Desde então, parei de sentir medo delas, e comecei a apreciar-las ainda mais, pois eu sabia que meu amor via minha figura em sua mente.
Ri um pouco, e vi uma luz densa, seguida de uma fumaça negra, na direção na qual eu caminhava.
Na direção de minha casa.
Senti um nó na garganta, e segui correndo até meu lar que parecia estar em chamas. Mal eu sabia que perderia muitas pessoas queridas, porém ganharia ( e descobriria) muitos mais segredos. Ainda me pergunto se era uma boa troca...
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