Transformações ensagüentadas... (Parte 5)

Eu tinha que terminar com aquilo... Tinha que, por mais doloroso que fosse, acabar com aquela paixão... Acabar com quem causava aquele sentimento forte esquentar meu coração...
Eu tinha de acabar com ele... Tinha não... Eu devia!
Por mais que eu o amasse... Na verdade, eu nunca o teria.
Minhas noites eram ao lado de homens diferentes, minhas satisfações, e principalmente, minha vingança, era diferente.
Eu tinha de o encontrar... Ou.. no caso, ele me encontraria.
Senti alguém passando as mãos pela minha cintura, abraçando-me forte, e forçando-me a virar o rosto. A voz que saiu era grossa, mas doce, era meu amor.
- Fugindo de mim? - O sorriso infantil no rosto! Ele só queria saber do prazer que eu o dava! Aquele imbecil!
- Não... Você mesmo me encontrou... - O encarei assustada. Ele tinha uma face... horrível! Não era o homem por quem eu tinha apaixonado-me... Era... Era um aproveitador! - O que quer de mim?
- Eu não quero nada de você... Eu quero ter você, só isso.. - O sorriso safado continuava no rosto.
Eu o empurrei e depois virei meu rosto, fazendo meu cabelos baterem no rosto dele.
- Ah, é mesmo? Pois saiba que eu não sou sua!
- É sim... 
- Não sou! Você só quer mais noites comigo! Somente! Não é o amor que tinha me dado na primeira vez!- Pasmei, e vi que a culpa foi minha... Como... Como pude transformar ele naquilo? - O que foi que eu fiz...
- Você me fez um homem de verdade... - Ele se aproximou de mim, e foi tirando a alça do meu vestido... Mordeu meu lábio com um olhar tenebroso...
Não é ele quem eu conheço! Não é ele... Não...
Estava em choque. Só pude gritar... Ele foi tirando ainda mais a alça... Eu o empurrei e joguei-o no chão do cômodo.
Era uma cozinha, onde estávamos... Nada de mais.
Mas era perigoso...
Peguei uma faca, e apontei para ele, com as mãos decisivas, o olhar ameaçador, com o sutiã a mostra... 
-Não se aproxime de mim!
Ele riu.
Estava ficando maluco! 
- E o que vai fazer? - Ele se aproximou mais... Pegando meu braço. - Vai me matar?
- Se preciso, sim!
- Ora... Vamos... Não faria isso, sua imbecil!
Ele armou a mão como se fosse me dar um soco, e rapidamente socou a parede, bem perto do meu rosto. Eu estava assustada, eu queria sair dali, eu queria mata-lo, mas não podia, pois algo me avisava que eu ainda o amava. Mas eu precisava!
- Saia! Saia de perto de mim!
Enterrei a faca no ombro dele, e ele gritou de dor e angústia.
Caiu ao chão, e depois ficou lá, parado sem falar nada.... Mas, depois, o silêncio foi quebrado.
-Sua...

Millena Petterson
(Continua)

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