A Fada Caída (Parte 8)

Eu era bonita assim?
Sorri e, pela primeira vez desde que conversara com Angellinne, gostei dela. 
Mas gostei somente pela aparência, pois logo depois meu coração foi cortado e reconstituído em pedaços.
Rafael.
Aquele homem lindo chegou no local machucado, com hematomas horríveis, mas mesmo assim lindo.
-Rafael!- Eu e Angellinne gritamos juntas. - O que houve com você?!
-Ora Ora, nada, minhas queridas...- Ele riu e caiu no chão.
-Ah, meu amor, onde você se meteu?- Angellinne correu até ele, e pôs a cabeça do mesmo no colo dela. Eu não sabia o que fazer, fiquei então parada. Eu sentia ciúmes de Angellinne.
-Estava protegendo-as... E você? Como foi esses tempos? Ah, senti tanto sua falta, meu anjo...- Ele começou a acariciar o rosto de Angellinne, e eu senti meu coração pulsando muito mais forte. Ciúmes.
E então eu soube que eu o amava, e o amava por mim mesma, pois logo depois lágrimas saíram dos olhos dela.
E se  beijaram.
Eu fiquei vermelha, e continuei vendo aquela cena até que...
Ouvi gritos.
-Rafael! Se prepare! Pegue Fallen, tire-a daqui!
Vi uma luz dourada nas mãos de Angellinne, e percebi que era uma longa espada celestial.
Trevas. 
Ela acertava aqueles seres com uma habilidade incrível, e violência.
Parecia que fora feita para ser uma arma de guerra, não um anjo delicado.
'Um anjo de uma profecia não é normal como os outros...'
Estava tudo explicado...
- Como assim me levar? - Percebi no mesmo instante que ela falou.- Me levar pra onde? Não ,eu quero lutar!
- Você não vai conseguir! - Ela acertou um monstro e olhou para mim com aqueles olhos penetrantes, preparados para uma batalha. - Mas se quiser...
-Angellinne, você não faria isso! - Rafael também lutava, e se virou para ela bruscamente.
Trade demais.
Ela jogou para mim uma faca. Ela brilhava como a espada de Angellinne. Mas parecia tão inofensiva.
- Isso?
- Não duvide do poder dela...
Um ser veio atrás de mim, ao perceber que estava eu armada.
Desesperada cortei o ar, sem mirar nele, e recebi um soco no rosto, e vi um pouco de sangue saindo de meu nariz.
-Ahhh!
Eu, tomada pelo ódio, furei a barriga daquele monstro, que se tornou pó bem aos meus pés.
Ou achei ter feito.
- Como eu disse... Você não conseguiria... - Ela estava com a espada molhada com um líquido preto. Percebeu meu olhar e continuou.- Sangue. Nem todo sangue é vermelho...
- Acho melhor eu ir....- Abaixei a cabeça e deixei que Rafael me pegasse pela cintura. Guardei a faca que ela me deu num bolso do vestido.
- Sim... Adeus, querida. Foi um prazer te salvar.
- Um prazer conhecer minha outra parte.
Ela me fuzilou com o olhar, e eu percebi, mais uma vez, que ela não gostava de mim. Foi até Rafael, e o beijou longamente.
- Adeus meu amor, logo nos veremos...


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