Caçadora de Almas. (Parte 3)

Talvez Roberta estivesse fazendo algo errado. Estava procurando no lugar errado. Precisava saber mais! Quem eram os amores, as felicidades, os prazeres...
-Já beijou alguém, Alex? - Roberta era direta, não tinha tempo para lançar indiretas, também contando com o fato de não ser boa em fazer esse tipo de ação.
-Porque?- O menino de 13 anos olhou-a com uma expressão de receio. Claro, só a expressão. E se ele dissesse "Não", será que depois de uns segundos iria dizer que "Sim"?
- Quer sua alma ou não?- Ela o encarou, e ele assentiu.
- Já! Cara... Ser BV com 13 anos humilha! Claro que eu já beijei uma garota, pô. - Ele cruzou os braços, mas não sentiu ódio. Não sentia nada.
-Onde? - Roberta, mais uma vez direta, estava indiferente. Pois estava cumprindo com um dever. Não se sentia embaraçada com a situação, até por ser mais velha, e acabava de que era o mesmo que Alex: Sem nenhum sentimento.
- Atrás de uma árvore... Do parque, mas cortaram nossa árvore... - Ele apontou para uma praça já abandonada. Um balanço se balançava com o vento, e um banco já velho e desgastado, estava cheio de folhas trazidas pelo vento . E um toco de árvore.
- Isso não ajuda... - Roberta se sentou na cadeira e ficou observando calmamente o lugar. Parecia que antes o local era bonito... A cadeira, onde estava sentada, era bem forte, e bonita, onde muitos casais já se sentaram, as árvores, principalmente a qual Alex insinuava, tinham belas flores rosadas, tomando posse de qualquer canto onde estivesse alguma folha verde... - Foi aqui? O 1° beijo?
- É.. foi sim...- Alex sentou no toca da árvore, e ficou acariciando a casca grossa da madeira que ainda restava. - Porque?
-Sentimentos fortes.. Ajuda no trabalho... Você gostou?
-Foi o melhor. Porque?
- Você pergunta demais...
- Você que tava me interrogando o resto.. Olha quem fala!
Roberta ignorou o último comentário, deitou na cadeira e ficou pensando em como conseguiria de volta a alma do menino.


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