Eu estava satisfeita.
Meu corpo estava forte, e meus lábios avermelhados com seu sangue.
Olhei nos seus olhos e sorri maliciosamente.
Estava chorando...
Ó, pobre alma. Eram o que me diziam.
Ah, por favor, poupe-a, pois o teu desejo vem logo depois do bem dos teus acompanhantes.
E de que me importava? Tinha um acompanhante para cada noite, cada um com um sangue diferente, um sangue bom, totalmente saciável.
E no final?
No final choravam...
Ora, poupe-me peço eu.
Faço um favor de dar-les a imortalidade que um dia um destes me deram, dou o grande desejo do infinito aos humanos, e ainda choram? Ainda querem que eu os poupe depois do que passei? Daquela dor, e , logo depois, desse insaciável desejo pelo sangue humano, que na verdade é um sangue ruim?
Não sou tão boa com quem me implora... Na verdade não sou tão boa assim...
Eu os invejo, tolos humanos.
Sim, pois choram através de lágrimas, enquanto eu sinto o sangue escoando pelos meus olhos.
Isso é uma verdadeira dor.
E eu a sacio depois... Depois de os dar uma noite agradável...
Como podem pedir tanto, para alguém tão boa como eu, nesse sentido?
Agradeçam, pois vocês terão essa vida eterna pelo resto dos tempos...
Millena Petterson
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