Eu era bonita assim?
Sorri e, pela primeira vez desde que conversara com Angellinne, gostei dela.
Mas gostei somente pela aparência, pois logo depois meu coração foi cortado e reconstituído em pedaços.
Rafael.
Aquele homem lindo chegou no local machucado, com hematomas horríveis, mas mesmo assim lindo.
-Rafael!- Eu e Angellinne gritamos juntas. - O que houve com você?!
-Ora Ora, nada, minhas queridas...- Ele riu e caiu no chão.
-Ah, meu amor, onde você se meteu?- Angellinne correu até ele, e pôs a cabeça do mesmo no colo dela. Eu não sabia o que fazer, fiquei então parada. Eu sentia ciúmes de Angellinne.
-Estava protegendo-as... E você? Como foi esses tempos? Ah, senti tanto sua falta, meu anjo...- Ele começou a acariciar o rosto de Angellinne, e eu senti meu coração pulsando muito mais forte. Ciúmes.
E então eu soube que eu o amava, e o amava por mim mesma, pois logo depois lágrimas saíram dos olhos dela.
E se beijaram.
Eu fiquei vermelha, e continuei vendo aquela cena até que...
Ouvi gritos.
-Rafael! Se prepare! Pegue Fallen, tire-a daqui!
Vi uma luz dourada nas mãos de Angellinne, e percebi que era uma longa espada celestial.
Trevas.
Ela acertava aqueles seres com uma habilidade incrível, e violência.
Parecia que fora feita para ser uma arma de guerra, não um anjo delicado.
'Um anjo de uma profecia não é normal como os outros...'
Estava tudo explicado...
- Como assim me levar? - Percebi no mesmo instante que ela falou.- Me levar pra onde? Não ,eu quero lutar!
- Você não vai conseguir! - Ela acertou um monstro e olhou para mim com aqueles olhos penetrantes, preparados para uma batalha. - Mas se quiser...
-Angellinne, você não faria isso! - Rafael também lutava, e se virou para ela bruscamente.
Trade demais.
Ela jogou para mim uma faca. Ela brilhava como a espada de Angellinne. Mas parecia tão inofensiva.
- Isso?
- Não duvide do poder dela...
Um ser veio atrás de mim, ao perceber que estava eu armada.
Desesperada cortei o ar, sem mirar nele, e recebi um soco no rosto, e vi um pouco de sangue saindo de meu nariz.
-Ahhh!
Eu, tomada pelo ódio, furei a barriga daquele monstro, que se tornou pó bem aos meus pés.
Ou achei ter feito.
- Como eu disse... Você não conseguiria... - Ela estava com a espada molhada com um líquido preto. Percebeu meu olhar e continuou.- Sangue. Nem todo sangue é vermelho...
- Acho melhor eu ir....- Abaixei a cabeça e deixei que Rafael me pegasse pela cintura. Guardei a faca que ela me deu num bolso do vestido.
- Sim... Adeus, querida. Foi um prazer te salvar.
- Um prazer conhecer minha outra parte.
Ela me fuzilou com o olhar, e eu percebi, mais uma vez, que ela não gostava de mim. Foi até Rafael, e o beijou longamente.
- Adeus meu amor, logo nos veremos...