A Fada Caída (Parte 8)

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Eu era bonita assim?
Sorri e, pela primeira vez desde que conversara com Angellinne, gostei dela. 
Mas gostei somente pela aparência, pois logo depois meu coração foi cortado e reconstituído em pedaços.
Rafael.
Aquele homem lindo chegou no local machucado, com hematomas horríveis, mas mesmo assim lindo.
-Rafael!- Eu e Angellinne gritamos juntas. - O que houve com você?!
-Ora Ora, nada, minhas queridas...- Ele riu e caiu no chão.
-Ah, meu amor, onde você se meteu?- Angellinne correu até ele, e pôs a cabeça do mesmo no colo dela. Eu não sabia o que fazer, fiquei então parada. Eu sentia ciúmes de Angellinne.
-Estava protegendo-as... E você? Como foi esses tempos? Ah, senti tanto sua falta, meu anjo...- Ele começou a acariciar o rosto de Angellinne, e eu senti meu coração pulsando muito mais forte. Ciúmes.
E então eu soube que eu o amava, e o amava por mim mesma, pois logo depois lágrimas saíram dos olhos dela.
E se  beijaram.
Eu fiquei vermelha, e continuei vendo aquela cena até que...
Ouvi gritos.
-Rafael! Se prepare! Pegue Fallen, tire-a daqui!
Vi uma luz dourada nas mãos de Angellinne, e percebi que era uma longa espada celestial.
Trevas. 
Ela acertava aqueles seres com uma habilidade incrível, e violência.
Parecia que fora feita para ser uma arma de guerra, não um anjo delicado.
'Um anjo de uma profecia não é normal como os outros...'
Estava tudo explicado...
- Como assim me levar? - Percebi no mesmo instante que ela falou.- Me levar pra onde? Não ,eu quero lutar!
- Você não vai conseguir! - Ela acertou um monstro e olhou para mim com aqueles olhos penetrantes, preparados para uma batalha. - Mas se quiser...
-Angellinne, você não faria isso! - Rafael também lutava, e se virou para ela bruscamente.
Trade demais.
Ela jogou para mim uma faca. Ela brilhava como a espada de Angellinne. Mas parecia tão inofensiva.
- Isso?
- Não duvide do poder dela...
Um ser veio atrás de mim, ao perceber que estava eu armada.
Desesperada cortei o ar, sem mirar nele, e recebi um soco no rosto, e vi um pouco de sangue saindo de meu nariz.
-Ahhh!
Eu, tomada pelo ódio, furei a barriga daquele monstro, que se tornou pó bem aos meus pés.
Ou achei ter feito.
- Como eu disse... Você não conseguiria... - Ela estava com a espada molhada com um líquido preto. Percebeu meu olhar e continuou.- Sangue. Nem todo sangue é vermelho...
- Acho melhor eu ir....- Abaixei a cabeça e deixei que Rafael me pegasse pela cintura. Guardei a faca que ela me deu num bolso do vestido.
- Sim... Adeus, querida. Foi um prazer te salvar.
- Um prazer conhecer minha outra parte.
Ela me fuzilou com o olhar, e eu percebi, mais uma vez, que ela não gostava de mim. Foi até Rafael, e o beijou longamente.
- Adeus meu amor, logo nos veremos...


A Fada Caída (Parte 7)

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Já era de noite, e chegava muito perto de meia noite, momento em que a lua brilhava ainda mais, e as estrelas já iluminavam tudo com um desenho celestial magnífico.
Eu e Angellinne tínhamos parado de conversar.
Não queria saber mais nada.
Será que toda a minha vida eu tinha sido influenciada por Angellinne?
Todos os meus sentimentos, todas minhas ações.
Será que toda minha vida tinha sido uma fraude? Tal como a paixão que eu vivenciava agora?
Não, não podia.
Ela tinha que estar errada em alguma coisa.
Eu amava Rafael, mesmo tendo se passado somente um dia. Ele me protegera...
Por isso eu o amava...
Olhei para  a lua, e fiquei um pouco hipnotizada...
"Já está na hora"
"Hmm"
"Preste atenção. Você terá que ficar logo abaixo da luz da lua no lago, que está bem centralizada. Use suas asas..."
"Mas estão quebradas!"
"Eu sou você, Fallen, aprenda a usar os nossos dois talentos. Relaxe, nisso eu poderei ajudar. Prosseguindo. Depois disso, estenda os braços. Não os abaixe, se não a dor será maior."
"Dor?!"
Foi então que eu senti... Senti como se meu estômago embrulhasse.
"Vamos! Está na hora!"
Eu suava, e me perguntava se iria doer muito, mas fiz o que ela mandou.
Andei até o lago, e com todas minhas forças, eu me direcionei até o centro do lago. Senti a água na ponta dos dedos, mas só isso. Eu flutuava. Eu voava. Mas não sentia quaisquer asa.
Estendi as mãos,  e deixei elas ali.
Olhei para cima, e vi a luz da Lua.
E então... 
Uma dor horrível, como se eu fosse vomitar.
Doía na parte genital. Doía muito.
Meus olhos se fecharam, e senti lágrimas vindo. 
E, então, rapidamente, a dor cessou.
E vi, pela primeira vez, Angellinne.
Ela me segurava nos braços, e eu sinceramente não acreditava que aquela era ela.
Pois de um anjo, eu esperava cabelos loiros compridos, olhos azuis, e pele brilhante.
Mas não via isso.
Na verdade, eu me via, só que com asas de anjo... 
Ela tinha cabelos compridos, sim, mas eram negros. Os olhos eram castanhos tão escuros, que não se sabia se era negro ou castanho.
-Angellinne? É você? Tão diferente de como eu achava que anjos eram...
- Sim, sou eu. Não estranhe. Um anjo de uma profecia não é normal como os outros...- Ela sorriu, e eu pude ver beleza naquele sorriso. Agora sabia porquê Rafael a amava...
- Você é linda.
-Eu sou como você, querida. O que você vê em mim, está em você. 

Sweet Sacrifice - Evanescence

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É verdade, todos nós somos um pouco insanos
Mas está tudo tão claro, agora que eu estou desacorrentada

O medo está apenas em nossas mentes
Nos possuindo o tempo todo

Você, pobre coisinha doce e inocente
Enxugue seus olhos e testemunhe
Você sabe que vive para me machucar
Não negue, doce sacrifício

Um dia eu esquecerei seu nome
E em um doce dia, você vai se afogar na minha dor perdida.


O medo está somente em nossas mentes
Nos controlando o tempo todo
O medo está somente em nossas mentes
Mas nos controla a toda hora

Você, pobre, doce, coisa inocente
Enxugue seus olhos e testemunhe
Você adora me odiar
Não é, querido? Eu sou seu sacrifício

"Eu sonho na escuridão
E durmo para morrer
Apago o silêncio
Apago minha vida
Nossas cinzas ardentes
Escurecem o dia
Um mundo de insignificancia
Me expulsa"


A Fada Caída (Parte 6)

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Ela o amava... Agora eu entendia porquê Rafael tanto me chamava de nomes bons, tanto me abraçava, tanto me cuidava.
Não era a mim.
Era a Angellinne.
Ele sabia que ela estava aprisionada a mim...
"O ama tanto quanto eu?"
"O amor que você sente por ele emana de mim, Fallen."
"Impossível."
"Você o conhece a quanto tempo, querida? Um dia. Nada mais que isso. Como pode se apaixonar por um abraço? Um abraço que qualquer um daria para você?"
"... Me fale logo sobre essa profecia..."
"Está bem..."
Eu suspirei, mas sabia que não era eu quem suspirava, e sim Angellinne. Logo, ouvi a voz novamente.
"Das trevas mil seres sairão, e o anjo escolhido, junto com o amor prometido, esses sim, os destruirão.
Um ao outro se completa, um ao outro se gera um novo ser.
A caída levanta."
Eu gelei.
A caída levanta.
Estaria a profecia falando de mim?
"Sim... Arnack não é muito bom desvendando profecias. A caída é você. O amor prometido, eu e Rafael. Entende a situação? Outro motivo para não poder se apaixonar por ele. O coração do mesmo já está reservado."
"Não significa que não poderia me apaixonar por ele..."
"Isso traria dor, ódio, desejo de vingança. Nosso misticismo não pode se resumir à isso. De caída irá para o lado das trevas, e não quero isso..."
"Eu suportaria a dor... Você mesma disse que sou forte..."
"Disse que era corajosa... Muitas diferenças..."
"... Você... vai sair de meu corpo? Ou precisa de poder?"
"Eu tenho o poder, mas preciso fazer isso na lua crescente, a lua perfeita para se fazer isso...."
"Será essa noite."
"Perfeito."

A Fada Caída (Parte 5)

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Antes de abrir meus olhos, ouvi uma voz.
Uma voz que vinha de dentro da mina mente para fora do meu corpo.
Uma consciência que eu não conhecia.
Uma outra parte de mim.
“ Você não sabe de nada do que está acontecendo, não é, Fallen?”
“Como sabe meu nome?”
“Sei por que sou você.”
“Sou..é... espere, fiquei confusa! Quem é você? Qual seu nome”
Querida, eu já lhe disse. Sou você. Mas me chame de Angellinne, sua parte mítica.”
“Eu já sou mítica! Sou uma fada!”
Fallen, fadas caídas já não são míticas. São apenas meros mortais. Eu sou um anjo. Eu continuo imortal. Eu sou você na profecia.”
“Profecia? Que profecia? Anjo... que nem Rafael? Sem asas? Espere! Me explique isso direito!”
“Existe uma profecia que foi destinada à mim, mas, antes disso, Arnack queria destruir-me, para que ela não fosse cumprida. Arnack é um ser das trevas, que diz ser o todo poderoso dos locais mais obscuros do inferno. Além de ter me aprisionado ao corpo de uma fada recém-nascida, com personalidade frágil, ainda faz com que a fada, depois de crescida, perca o misticismo. O que ele não sabia era que, só por que eu estava em um corpo não mais imortal, não significava que tinha caído e perdido minha imortalidade...”
“E essa fada...”
“É você.”
“Por que logo a mim? Sou importante?”
“Não. É fraca. Por isso ele me aprisionou ao seu corpo. Mas, no tempo que eu estive dentro de você, percebi que não era fraca. Era corajosa até demais... Admito, que, se não tivesse caído, não teria encontrado Rafael...”
“Conhece Rafael?”
“Muito mais do que isso. Eu o amo.”
Legendas: Texto itálico= Fallen (A fada)
                 Texto normal= Angellinne (Anjo)

A Fada Caída (Parte 4)

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Enquanto eu dormia, sonhava.
Enquanto sonhava, me transformava.
Não era duro, era delicado.
Mas não era delicado como flores, e sim como um espadachim bailando as lâminas de uma espada, lutando pela sua vida, mas mesmo assim demonstrando um espetáculo para os espectadores em volta.
Mas enfim, perdeu.
-Acha que vocês poderiam fugir?
Eu ouvia o adversário falando, com a face escondida entre um capuz, que eu perderia.
Apontava a mim uma adaga.
A luz do luar fazia com que eu visse pequenos detalhes, e com que eu temesse mais.
E notei que não deveria.
Pois a arma para mm não era apontada, e sim para meu companheiro.
Eu percebi que naquela dimensão, eu não existia.
-Nós já fugimos,... Ela já se transformou... Ela continuará com minha missão! - E eu notei que a voz era de Rafael, e, que na verdade, meu sonho era só o meu casulo. Pois tudo o que ali acontecia, era o que se acontecia lá fora.
Na realidade.
Lutando por mim, me protegendo. Rafael...
Missão, ele tinha uma, e eu fazia parte da profecia. 
A grande questão: Qual seria essa missão?
- Missão? Qu7e missão meu caro? Ela está terminada!
-Não... Ainda teremos a liberdade...
E , enfim, eu me tornei naquilo que nasci para ser...

2 meses...

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O número dois significa algo para você?
A partir de ontem a mim começou a mais significar.
Foram 2 meses.... Já dois meses sem você...
Sem seu sorriso, sem seu lindo rosto, sem sua essência alegrando nossa sala...
Podia ter estado ainda aqui, e eu não estaria escrevendo isso, se tivesse esperado mais 2 minutos... Tivesse suportado mais dois minutos...
Dois... Eu já me sinto triste em pensar em você, quanto mais ao lembrar que estamos a dois meses vivendo uma perda horripilante, e drástica.
Todas as carteiras tem seu nome.
Todas as letras, de todos os alunos, todos os dias, as vezes derramando lágrimas, e fazendo orações para que você ainda esteja bem, mesmo depois de ter-se ido, e que viva muito feliz ao lado de Deus e de seus pais, também vítimas de algo tão absurdo para nossas mentes.
Quando viajamos, de avião, nos perguntamos, agora, porquê pousamos em segurança, e, você, tão importante, teve de ir... Teve de sequer levantar voo, mas simplesmente arder nas piores chamas...
Picão...
Nós sentimos sua falta.
Você faz muita falta.
Sempre te admirei, descanse em paz ...

De todos os seus amigos... s2

A Fada Caída (Parte 3)

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Eu podia sentir os braços dele envoltos em mim.
Ele havia esperado-me por tempos e tempos... Ele sabia sobre mim...
E voávamos.
Eu sentia o vento esvoaçando-me os cabelos, podia sentir-me livre, e corajosa, mesmo com as asas quebradas, ou, na verdade, quase arrancadas.
-Você sabe que não deve sentir medo, não é? - Rafael apertou-me entre seu peito , tomando cuidado para que eu não caísse.
-Mas eles nos perseguem, Rafael... Como irá detê-los?
-Como um anjo.
-Você foi banido, Rafael... Perdeu poderes, deixou de vista as asas,a  proteção divina já não está ao se lado... Como? Como pretende?
-Meu amor, isso por enquanto não importa muito... Você verá, não se preocupe...
Uma luz segou-me, e o pressentimento de liberdade se aumentava.
Eu podia ver a lua!
Não via tão delicado astro há tanto tempo...
Pensei que seria impossível vê-la novamente.
-Rafael...
-Meu anjo, durma... Durma, minha linda fadinha...
-Porque? Não tenho sono...
-Recuperarás tua energia, poderá receber novas asas.... Sonhe com os anjos, e se torne uma...
E enquanto ele planava, eu adormecia, e os sonhos foram estupendos..
-Se torne um anjo, minha querida...

StarLight

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"Imagine que você pudesse descobrir um mundo totalmente novo, diferente dos outros...
E descobrisse seu passado..
Tudo o que você nunca imaginou que pudesse existir...
Juntos, em um só lugar...
E quando tudo parece perfeito, aparece um inimigo...
Entre o Amor...
e o Ódio..."


Faça parte dessa aventura...


A Fada Caída (Parte 2)

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A névoa cobria meus olhos e eu não conseguia ver ninguém, nem nada...
-Quem está ai? - Soluçava mais ainda,por não saber o que me esperava.
 Era uma fada destruída pelo tempo, vendo somente o negro do mundo...
-Eu, Rafael... O que você fez?
-Fiz o quê? Que Rafael? Espere! Estou confusa...- Pus as mãos na cabeça, e a abaixei, respirando fundo, tentando entender.
Não deveria estar sozinha?
Não deveria ter sido jogada em um caos, sem alguém para socorrer-me? 
Era o que tinham dito-me! O que me sentenciaram! 
-O que fez para ser sentenciada às trevas? Uma fada tão linda assim... - E um homem saiu das trevas, de modo que eu pudesse vê-lo. - Sou Rafael... Um anjo condenado... - Rafael sentou-se ao meu lado, e eu pude sentir suas asas. Mas antes não as tinha visto. Como...?
-Você tem asas? Eu não as vejo...
- Tenho, mas não são mais visíveis, tal como suas asas foram quebradas.
Me encolhi.
Ainda sentia a dor... Tinha perdido minhas asas e sofrido por culpa do meu orgulho, agora me arrependia.. Minhas lágrimas dançaram novamente pela minha face.
Não chore, querida... - E Rafael passou a mão pelo meu rosto, acariciando-a e limpando as lágrimas. - Você não está só, estou aqui... Tenho um plano... - E ele me abraçou.
-Plano pra quê?- Eu me senti envolvida nos braços dele... Eu gostava... Mas mesmo assim, me sentia como uma criança que não sabia o que fazer, com a ingenuidade dentro de mim...Mas me sentia como se estivesse sendo protegida, do mesmo modo.
-Um plano para fugir...

Esquecimento

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De palavras esgotadas , de ideias deixadas para trás, meus sonhos adolecentes contaminavam-me a cada dia de vida.
Eu não suportaria mais...
Romances deixados  de lado, pois eram perfeitos demais, esperados demais, decepcionantes demais.
Guerras travadas com seres inexistentes com vilões audaciosos, com damas em perigo.
Uma única mulher vestida com a armadura da justiça, em meio a tantos os homens machistas.
A vitória da cidadã, o vilão desmascarado, e um beijo de final feliz... Que nunca existirá.
Pois eu aprendi que as guerras não se acabavam, só passavam por uma calmaria.
O bem se dissipava.
Porém o mal crescia.
E eu vivi com esses sonhos destruídos, com o coração em chamas...
Perdido completamente em um canto de minha mente chamada: Esquecimento...

A Fada Caída

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Caminhar nas trevas não é tão tenebroso quanto todos pensam.
Não para mim.
Se as trevas perseguiam-me, sim ou não, isso não me interessava... Eu tinha a magia do meu lado. Era uma fada em fuga. Isso não era nada demais.
Todos me repreenderam. Todos duvidaram de mim. E pela minha estupidez e meu egoismo, me transformei em uma fada caída. Em uma fada fora da lei. Não podia impedir, eu era orgulhosa demais, e aprendi que isso não é uma virtude.
Estiquei a mão e tentei tatear algo.
Nas trevas não havia nada, nem ninguém.
Talvez meu destino seja estar sempre só. Talvez tudo nesse mundo tenha sido feito para outro "eu", mas não eu mesma.
Senti uma lágrima descer pela minha face.
Eu não queria chorar, mas eu sabia que era preciso, que deixar as lágrimas rolarem não ia ter problema.
Ninguém ia ver... Estava só...
-Mas eu não quero estar só! - Comecei a soluçar . Sentia meu ar se esvaindo, e minhas lágrimas limpavam minha face.
Um silêncio predominou o lugar, e isso desesperou-me ainda mais...
-Você não está sozinha, minha querida... Eu estou aqui...

Caçadora de Almas. (Parte 6)

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Ele chorava como se as torturas que recebeu antes fossem recebidas novamente.
Tinha dito sobre a mãe que morrera na mão daquele homem, e de como ele foi deixado no primeiro dia. Sozinho, apenas com algumas mudas de roupa e comida que ele tinha pego furtivamente na cozinha.
- Ah! Mas é fresco... Não sabe o que é tortura... - Roberta se acomodou na cadeira, e fitou o nada, indiferente a tudo. Como sempre.
-Como?! Você não sabe o que é ser torturada! Não sabe o que é ser deixada sozinha, com quase nada! - Alex a olhou, soluçando um pouco. Ainda tinha um pouco da emoção para soltar algumas lágrimas... Ou então estava a recuperando.
Roberta olhou-o.
Se levantou e respirou fundo, olhando fundo nos olhos dele.
-Você não sabe de nada! Vi minha mãe sendo estrupada! Ela gritava e pedia socorro. E eu não podia ajudar! Eu ganhava chicotadas todos os dias! Se fosse só fisicamente eu suportava, ia ser melhor! Mas também era xingada, e ouvia xingamentos direcionados para minha mãe, ofendendo minha família. Depois fui jogada em plena chuva, em uma rua qualquer, sem nada, só com feridas abertas! - Ela parou de falar. E continuava com a mesma expressão de indiferença. - Agora você acha que sabe o que é ser torturado?
Alex ficou hipnotizado com aqueles olhos perdidos, e ouviu cada parte do que ela dissera com o coração apertado, se sentindo culpado.
Abaixou a cabeça.
-Não..
Roberta assentiu, e saiu da mansão... Agora queria esquecer-se de tudo.

As Vozes (Parte 3)

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Jogada aos meus pensamentos, tentando encontrar qualquer resposta lógica para o que poderia acontecer com tal pessoa, e quem era ela, me perdi.
Não sabia mais por onde ia.
Não sabia mais onde estava.
Estava viva? Ou somente respirava?
Porque na minha frente a terra se elevava, e o meu ar se esvaia.
Perto do lago.. Eu precisava chegar no lago... Eu precisava de água...
Já tinha me esquecido do meu objetivo.
Estava tudo tão calmo...
Será que...Que tinham descumprindo com o combinado?
Não me impressionava... Eram malditos demônios.
Lúcifer já tinha mais um de seus amigos...
Ouvi um telefone tocar... Olhei para meu celular e não tinha nenhum sinal de alerta.
Então ouvi uma voz...
Meu ar se foi completamente...
Minha pele perdeu a sua cor rapidamente...
E eu soube quem morreria...
Olhei para o relógio... 2:30..
No lago...
E depois não vi nada, e não senti mais nada além de ouvir os risos demoníacos daqueles anjos caídos do céu...
Pois a voz que ouvira era minha...
Pois a morte que vinha, e veio, era minha...
Pois era uma condenada a Lúcifer.

[FP] Safya H. Angel

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Como posso começar essa história? Passaram-se anos depois daquela tragédia... mas mesmo assim lembro como se fosse ontem.
Eu sei que sou muito nova. Quatorze anos se passaram, mas nunca pude esquecer.
Simplesmente fui deixada. Era uma criança. 4 anos, por ai... Violentada, abusada, sofrendo a cada dia de sua vida, ainda acreditando em um milagre e em anjos. Depois aprendi que eles não me ajudariam. Não ajudariam à alguém que não fosse da espécie deles... Eram o mesmo que humanos, porém com asas... Egoístas. 
Não podia me alimentar, não tinha como, estava sozinha. Cortava-me e via o sangue correndo pelo meu braço com vontade.. Com prazer. Meu alimento era meu próprio sangue, mas eu simplesmente não conseguia me saciar com aquilo.
Culpada.
Em todos os jornais saiam isso... A menina de 4 anos mata homem... Como? Não se sabe... Sangue não foi encontrado aos arredores, nem no corpo do individuo. Levaram-me para um reformatório, de onde fugi. Era fácil... Nunca iam conseguir me pegar.
E continuei minha vida assim... 10 anos fugindo da polícia. 10 anos me alimentando de nada mais nada menos do que sangue. 10 anos descobrindo quem eu realmente sou. 10 anos vivendo como a verdadeira vampira dentro de mim.
Att. Safya H. Angel



As vozes (Parte 2)

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Acordei em um sobressalto.
Suava frio, e o telefone tocava. Respirava de forma pesada, e tremia.
Estiquei a mão, e tateei a mesa de sono ao lado de minha cama. Atendi o telefone, mas ninguém disse nada, e eu parei de tremer.
O telefone tocou novamente.
-Alô?
-Hoje de manhã, 2:30, no lago... - A voz era irreconhecivel, e logo o tipo desligou.
'No lago...'
Uma eletricidade subiu pela minha espinha.
O lago...
Não... Aquele... Não o lago...
O lago! Peguei meu casaco e corri até meu carro, com pijamas e tudo. 
Alguém ia morrer...
Não sabia quem. Não tinha ouvido a voz ainda.
'...de manhã, 2:30'
Obvio! Ainda era 12:30! Era cedo de mais... ainda não ouviria a voz da pessoa...
Tinha 2 horas para descobrir quem era... descobrir algo... 
Alguém pagaria nas mãos de Lúcifer.
Mas quem?!
A pergunta martelava-me a cabeça, a angústia! Eu sempre soube quem morreria e quando, bem antes. Já tentei ajudar,e consegui salvar muitas vidas... Mas... Essa era diferente.
A voz no telefone... não era! Era diferente!
Eles nunca se manifestariam...
Os demônios estavam alertando-me...

Traga-me para a vida (Evanescence)

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Como você pode ver dentro dos meus olhos como portas abertas
Direcionando você até meu interior
Onde me tornei tão entorpecida sem uma alma
Meu espirito dorme em algum lugar frio
Até que você o encontre e o leve de volta pra casa
 Acorde-me por dentro
 Acorde-me por dentro
 Chame meu nome e salve-me da escuridão
 Faça meu sangue correr
 Antes que eu me desfaça
 Salve-me do nada que eu me tornei
Agora que eu sei o que me falta
Você não pode simplesmente me deixar
Dê-me fôlego e me faça real
Traga-me para vida
Traga-me para a vida
Eu tenho vivido uma mentira. Não há nada por dentro
Traga-me para a vida
Congelada por dentro, sem seu toque, sem seu amor 
Querido, somente você é a vida entre os mortos
Todo esse tempo, não posso acreditar que não pude ver
Mantido na escuridão, mas você estava lá na minha frente
Eu estive dormindo há mil anos
Tenho que abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento, sem uma voz, sem uma alma
Não me deixe morrer aqui, deve haver algo mais
Traga-me para vida



Caçadora de Almas. (Parte 5)

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Os dois ficaram frente a frente a uma enorme mansão. A porta estava um pouco dura, e , quando foi aberta, rangeu.
- O que querem? - Ouviram uma voz estrondosa, que parecia não gostar de visitas.
Alex se arrepiou.
Roberta era a indiferença em pessoa.
-Lembranças.
-Que tipo? - Um homem saiu das sombras. Estava velho, mas parecia forte. Um militar aposentado, já destruído pelas guerras.
- Do tipo que liberta.
-Ora, ora... Uma caçadora de almas, hã?!
-Exato. - Roberta se encostou na poltrona, pondo a cintura no braço da mesma, e pegou uma mexa do cabelo ruivo e ficou enrolando-o. - O que você acha? - Pegou Alex pelo ombro, e o empurrou para a parte iluminada do cômodo, bem em frente ao militar.
- Quantos dias? - Dias... Queria saber quanto tempo o menino já estava sem a alma.
- Três.. Ainda tem um resto, mas já está ficando complicado. - Ela revirou os olhos e bufou.
- 1° beijo? - Roberta balançou a cabeça negando a pergunta.
- Já tentei, destruíram o local...
O militar bufou, e dessa vez foi ele quem revirou os olhos. Era tão obvio.
-Torturas? - Ele encarou Alex, e este, por sua vez, sentiu uma eletricidade subir pela espinha.
Roberta e o militar notaram.
-Perfeito. - Disseram em uníssono, e Alex os encarou. Não gostava nada daquilo...

As Vozes

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Não... Não podia ser... Estava silencioso demais...
Depois dos meus devaneios eu não suportava não ouvir nada. Era como se todo o mundo estivesse silencioso derrepente, como se todo o mundo estivesse parado, como se ele não tivesse mais forças para continuar a interagir...
Eu não podia suportar.
Eu sempre ouvia algo... algo que... que não se manifestava na hora... se é que me entende.
Ouvia os telefones tocarem, e, quando ia atende-los, eles não demonstrava nenhum sinal de ter feito som algum.
A casa era tomada por uma calmaria repentina... Isso me assustava... Quando eu era criança.
Agora, se eu não ouço, eu sei que alguém está me vigiando. Alguém está quieto... Alguém está morrendo.
Alguém próximo de mim.
Os sons do telefone eram a chamada... Era o aviso... Já as vozes que eu ouvia... aquelas eram as vozes das pessoas que iam perder a vida, que iam chorar e implorar por misericórdia... Eram as almas que seriam perdidas nas épocas de batalha.



Campistas... Cuidado...

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- Catelin, anota isso, anote mesmo.
O olhar de Will era vazio... Não, vazio não, tinha ódio nele, era perceptível isso.
-Eu vou matar a todos daquele acampamento...
Estávamos sentados em um morro. Dali podíamos ver tudo e todos. Todos os que meu amigo ansiava matar.
A pergunta era se aquele era mesmo o meu amigo, se era o mesmo dono daquele sorriso lindo, que eu adorava ver e apreciar.
Eu o olhava temerosa. Assustada.
-Só vai sobrar dois ou três...
- Quer dizer que você vai também me matar? Não é? - Eu olhei para a água e vi as naiades submersas, como sempre.
- Você faz parte dos dois ou três... - Ele mantinha o olhar nos campistas... Em TODOS eles...
-Ah....
-Eu tenho que estuda-los Catelin... Um por um... Vou começar pelo Matt... - E ele apontou o dedo para um pontinho na parede de escalada, subindo. Matthews... Ele seria o primeiro então... - Vou treinar melhor minhas batalhas...
- Está me assustando, Will... tem certeza? Quero dizer... Esse não é você, Will... Não te reconheço... - Pus a mão em cima da dele, mas ele se afastou.
Não, ele não era o Will que eu conhecia...
- Eu sei... Mas não precisa disso... - Ele me olhou, e eu percebi que nos olhos dele parecia que haviam labaredas de fogo. Ele estava soltando o filho de Ares que tinha em si.
'Ah, meus Deuses... Esse não é meu Will...'
Uma lágrima desceu pela minha face... Nunca fui do tipo que chorava, mas... Aquilo era demais...
- É melhor matar a todos, do que viver com eles te humilhando.
Eu o olhei indignada, e, enquanto ele murmurava sobre o arsenal de Matt ser enorme, e que ele teria de estudar melhor ele, eu me levantei, e o olhei irritada.
- Como pretende?
Ele me olhou confuso.
-Não sei...
Eu me irritei mais. Peguei-o pela camisa e o levantei, de forma a ele ficar frente a frente comigo, olho no olho.
-Acha que é a única alternativa? Pois eu acho que não! Eu acho que é só mais idiotice tua, Will! Você ficando só ao lado dos seus amigos, isso é idiotice! Porque os outros, mesmo que você naõ queria, fazem parte da sua vida também! TODOS você disse! E os que te querem bem? Só porque você acha que todos te odeiam, não significa que seja verdade, tá? E tem mais, seu sem coração! Muitos ali TAMBÉM são meus amigos, tá bom? 
Olhei-o irritada, com os olhos mostrando fúria.
Ele me olhava assustado.
Tinha perdido a cabeça, será que ele tinha percebido isso?
O empurrei, e ele caiu no chão, e fui embora, ainda furiosa.
Aquilo não tinha acabado... Alguns campistas iam sofrer...